quarta-feira, 29 de outubro de 2008

NEM SUPERBONDER UNE ESSA CIDADE


Toda vez que um carioca de classe média sofre algum tipo de violência, surge sempre um repórter com aquela pergunta feita sob medida para responsabilizar o poder público: “você pensa em sair do Rio?”. Nunca vi um jornalista fazer esse tipo de indagação para uma mulher pobre, favelada, seis filhos, ou melhor, cinco, porque o mais velho acabou de ser encontrado num valão. Gente assim não tem como escapar da morte serial. No máximo, foge para dentro de sua resignação.


Pois da próxima vez que eu encontrar alguém do “asfalto”, vítima de uma ação criminosa, dizendo na TV que vai sair do Rio para escapar da violência, eu mudo de canal na hora. E ainda digo que já vai tarde! Vá para sua casa de praia em Búzios ou Angra dos Reis, aquele mundinho de prazer que você não abre mão nem mesmo para exercer o direito de votar.

A derrota de Fernando Gabeira tem sabor de derrota mesmo. Sem essa de ganhador moral, até porque o que está em jogo não é o futuro do político, mas sim o destino da nossa cidade. Dói perceber que os motoristas espertalhões, que ultrapassam pelo acostamento para chegar mais cedo na praia, tiveram peso no resultado das urnas.


Gabeira teria vencido no Rio de Janeiro de Leila Diniz. Perdeu na cidade de Luana Piovani. Esta linha do tempo, que separa o Rio de Gabeira, do Rio de Paes, não tem superbonder que consiga unir. O candidato do PV resgatava o sentimento de civilidade e respeito que se perdeu pelo caminho. Campanha limpa, sem sujeira nas ruas, como fazíamos há 40 anos atrás para evitar o apelido de “Sujismundo”.

No Rio de Gabeira, desavenças pessoais eram resolvidas no mano a mano. Hoje, o infeliz é massacrado por gangues, sem qualquer chance de defesa. No século passado, ser médico era a garantia, no mínimo, de um excelente relacionamento com a sogra. Toda mãe sonhava com o casamento da filha com um doutor. Hoje, os discípulos de Hipócrates são taxados de vagabundos.

Eduardo Paes está mais sintonizado com a realidade. Gabeira é um sonhador. Entre o sonho e o real, sofre menos quem está acordado. Em contrapartida, a vida fica muito mais chata. Vamos continuar nessa festa estranha, com gente esquisita, sem ética e sem educação.


Parabéns aos Babus, Carminhas Jerominhos, Piccianis, e tantos outros que representam a realidade moral do Rio do século 21. A vocês, as chaves da cidade.

domingo, 26 de outubro de 2008

SEU VOTO NO TRIBUNAL



“Muitos Acórdãos do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro não dizem absolutamente nada. Eu mesmo tenho rejeitado vários que me chegaram às mãos”. Quem diz isso é o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Marcelo Ribeiro, em apoio ao voto do ministro-relator, Eros Grau, no processo que permitiu ao candidato Arnaldo Vianna disputar a prefeitura de Campos contra a ex-governadora Rosinha Garotinho.


Por decisão unânime, o TSE devolveu o processo para o TRE-RJ por considerá-lo superficial. Faltando três dias para a eleição do segundo turno, a Justiça Eleitoral fluminense negou pela terceira vez o pedido de registro da candidatura do pedetista, para o regozijo da campanha adversária. Isso, sem acrescentar novos argumentos ou provas que sustentassem tal impugnação, como determinara o Tribunal Superior Eleitoral, segundo os advogados de defesa de Vianna.


Esse imbróglio jurídico, iniciado através de um recurso interposto pela própria coligação da ex-governadora, foi o tema central da campanha de Rosinha Garotinho. Propostas e programa de governo foram questões periféricas na propaganda de rádio e TV. Sua principal bandeira contra o adversário foi oferecida pelo Tribunal Regional Eleitoral, e o clima de insegurança sobre a validade ou não dos votos ao representante do PDT pesou para sua derrota nas urnas.


Situação semelhante viveu o prefeito de Cabo Frio, Marquinhos Mendes, conforme me contou um dos seus secretários municipais. “A palavra final do processo democrático não é mais o voto, mas sim a decisão da Justiça Eleitoral. O advogado passou a ser a figura mais destacada que o próprio candidato.”, desabafou. Pode ser um exagero, mas o fato é que está muito fácil cassar os direitos políticos com base em denúncias pautadas por desafetos.


Em Petrópolis, foi decretada sumariamente a inelegibilidade do então líder nas intenções de voto, Ronaldo Medeiros, acusado de uso indevido da máquina pública. De fato, trata-se de um crime eleitoral que merece ser punido com rigor. Mas o uso da máquina, em questão, se limita à denúncia de que dois, eu disse, dois funcionários da prefeitura de Petrópolis supostamente distribuíam papéis de campanha para Medeiros durante o horário de expediente. O impacto dessa decisão foi devastador para o representante do PSDB, que já chegou ao segundo turno derrotado moralmente.


Se, em nome da moralização do processo eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro entende que tais decisões vão ao encontro deste objetivo, que pelo menos a Justiça avance em todas as direções. Ou será que uma edição fraudulenta da sessão do Pleno do TSE, distorcida para esconder a verdade de que Arnaldo Vianna poderia disputar o segundo turno em Campos, não é passível de perda do registro de Rosinha Garotinho? Não estaria a eleição de Eduardo Paes impugnada, por uso da máquina administrativa, após a descoberta no comitê do candidato do PMDB de merenda escolar com logotipo do governo do estado?


A persistir esse tipo de situação, chegaremos numa encruzilhada em 2010. Ou o Tribunal Superior Eleitoral exerce sua ascendência sobre as instâncias regionais, e edita alguma portaria determinando que os pedidos de impugnação de candidaturas pedidas por adversários precisam de aprovação prévia do TSE, ou então a sociedade brasileira terá de se familiarizar com termos jurídicos para saber qual será o destino final do seu voto.

Rosinha é eleita a nova prefeita de Campos - O Globo

Rosinha é eleita a nova prefeita de Campos - O Globo: "Samatha
26/10/2008 - 23h 14m
O povo de Campos deveria ter vergonha na cara. Votar e eleger essa crente nojenta que quase acaba com o RJ, é por essas e outras que eu tenho vergonha de ser brasileira."

Rosinha é eleita a nova prefeita de Campos - O Globo: "Manoel Coutinho 26/10/2008 - 23h 04m Como será o secretariado ? Silveirinha ? Coronel Bolinha ? Álvaro Lins ? Cantarino ?"

Rosinha é eleita a nova prefeita de Campos - O Globo: "Sérgio da Conceição Martins 26/10/2008 - 22h 14m As vezes eu não entendo como o povo ele uma pessoa dessa estirpe. Meus pêsames, campistas."

Rosinha é eleita a nova prefeita de Campos - O Globo: "tos8120154477ok 26/10/2008 - 22h 08m campos envergonha o Brasil."

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

PENSE NISSO!



No primeiro turno, fui votar com um nó na garganta.

Falaram que eu não poderia votar no meu candidato,

Que o meu voto não valeria nada.

Enquanto esperava na fila, pensei:

E a minha vontade!

Será que a minha vontade não vale nada?

Eu sou obrigada a votar nessa candidata, só porque dizem que o voto em Arnaldo Vianna não vai valer?

E o que o Arnaldo Vianna representa para mim?

E tudo o que ele fez para melhorar o lugar onde eu moro, a chance que ele me deu de estudar e ser alguém?

Isso não vale nada?

Quando minha mãe precisou ser internada para cuidar da saúde,

Foi um hospital construído por Arnaldo que salvou a sua vida.

Isso não vale nada?

Quando cheguei na urna, teclei 12 só para conferir o que ia acontecer.

E para minha alegria, vi a fotografia de Arnaldo Vianna na tela.

Confirmei na hora!

No próximo domingo, vou repetir o meu voto.

Sem medo, com muita esperança e alegria.

Se a candidata do outro partido acha que o meu voto não vale nada, tudo bem!

O que importa é que eu voto em quem vale muito para mim. Arnaldo Vianna!


(depoimento de quem sabe dar valor a um bom administrador)
Recomendo repassar para todos os seus amigos. Um beijo no coraçao

CLIMA DE VELÓRIO NO AR


Acabei de voltar do almoço e aproveitei para circular um pouco pela cidade. Imaginei encontrar a militância da Rosinha nas ruas, comemorando a eleição da madame Garotinho após a decisão do TRE do Rio. Confesso que estou decepcionado. Um estranho silêncio paira no ar, e já não vejo convicção nos argumentos a favor de Rosinha nos sinais de trânsito, um clima total de fim de festa.

Descobri na Avenida Pelinca dois comitês próximos: um de Arnaldo Vianna e o outro do Garotinho...ops, digo, Rosinha. Como, além de jornalista, sou diretor-presidente do Instituto de Pesquisa Data-Adesivo, fiquei observando o número de carros que param para receber o coração 12 do PDT, e também os motoristas que aceitam colar o número 15 com a legenda-cascata de que só ali o voto é válido.

Foram observados 10 carros, dos mais variados tipos e modelos. O resultado não me surpreendeu: 80% saíram com o coração, e 20% colaram a carinha de play mobil. Estou cada vez mais convencido de que Rock Vianna vai ganhar essa parada.

EFEITO ROCK BALBOA


Anotem o que estou dizendo e depois me cobrem se eu estiver errado. Hoje, sexta-feira, o candidato a prefeito de Campos Arnaldo Vianna começa sua reação rumo à vitória. Digo isso não apenas por simpatia ao deputado bonachão, mas por acreditar que a campanha de Rosinha Garotinho cometeu um erro grave ao exagerar na dose aplicada do seu veneno.

Não se trata mais de uma questão de legalidade ou ilegalidade do registro de Arnaldo Vianna. Se as contas são sanáveis, insanáveis, se o candidato possui máculas ou é imaculado, tudo isso se perdeu pelo caminho. Agora, o que está em xeque é a democracia. Afinal, quem foi que deu o direito para a Coligação Muda Campos decidir que a cidade terá apenas uma candidata, no caso, Rosinha Garotinho?

Rosinha Garotinho e seu marido agiram com legitimidade ao entrar com recurso questionando a validade da candidatura do adversário. É do jogo. Mas não poderia transformar esta suspeição em estratégia de campanha, substituindo o debate sobre os problemas da cidade pelos bastidores das articulações jurídicas. Agiram com o único propósito de criar um clima de insegurança no eleitor.

Hoje, todos os veículos de comunicação publicam a informação de que haverá eleição no segundo turno na cidade de Campos. Acabei de ver a juíza Márcia Succi declarar no InterTv Notícias que todo o processo transcorrerá normalmente, que os votos em Arnaldo Vianna serão computados e que o Tribunal Superior Eleitoral é a instância que julgará se o candidato pode ou não ser diplomado.

Pelo que se viu na última reunião do Pleno do TSE, que deu ao deputado Arnaldo Vianna o direito de fazer sua campanha, por unanimidade, me atrevo dizer que no tapetão Rosinha e seu marido não vão levar a melhor.

Quem já viu algum filme da série “Rock, um Lutador”, sabe que o roteiro é praticamente o mesmo. Silvester Stallone, que deu vida a Rock Balboa, apanha o tempo todo no ringue. No último round, com a torcida toda a seu lado, encontra forças para nocautear seu adversário e sair carregado nos braços da multidão. Anotem! É o que vai acontecer com Rock Vianna, o homem mais acostumado a levar Garotinho à lona.

Em tempo: Democracia, palavra desconhecida pelo casal Garotinho, é a essência desse espaço. Atravessei a infância e juventude sob a censura de uma ditadura militar. Hoje, felizmente, até gato que mia pode falar.

Abraços a todos!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

VEM AÍ MAIS UMA FARSA

O instituto de pesquisa mais famoso do país, aquele que errou no resultado do primeiro turno em São Paulo, Rio de Janeiro e mais uma penca de cidades do país, deverá divulgar nas próximas horas números que apontam a candidata Garotinho com 17% pontos percentuais de vantagem sobre o adversário, Arnaldo Vianna.

Uma fonte ligada a outro instituto de pesquisa, me disse que esta “vantagem” não passa de nove pontos, o que não significa absolutamente nada, se considerarmos o percentual de indecisos e os eleitores da professora Odete, que tendem a migrar para o candidato do PDT.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sérgio Cabral conclui obra de ponte abandonada pelos governos do casal Garotinho



Uma ponte que ligava o nada a lugar nenhum, como denunciou o deputado Arnaldo Vianna no debate realizado na TV Record contra a candidata Rosinha Garotinho, foi uma figura de linguagem mais do que apropriada para se referir a uma obra que se arrastava desde o ano 2000, na cidade de Resende. Concluída pelo governador Sérgio Cabral, a ponte, localizada na região do Médio Paraíba, só passou a ter sentido de ligação entre a Via Dutra e o parque industrial de Resende em setembro deste ano.

A ponte Acesso Oeste-Jardim Primavera mede 226 metros de comprimento por 18 de largura. Por essas dimensões, conclui-se que a construção avançou a passos de tartaruga, ou seja, o equivalente a 28 metros/ano. O projeto foi financiado com recursos dos governos federal, estadual e do município de Resende, ao custo de R$ 14 milhões.

Segundo o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, a obra, concluída em setembro de 2008, estava paralisada há alguns anos e quase ninguém da cidade acreditava mais que ela seria concluída:

- Viemos aqui e nos comprometemos que iríamos terminá-la antes do prazo. Isso era uma determinação do governador Sérgio Cabral que, quando assumiu, disse que não iniciaria nenhuma obra nova sem antes terminar as que foram deixadas inacabadas por administrações passadas. E aqui estamos cumprindo o prometido, um presente de aniversário para Resende, mas que também beneficiará toda a região - disse Pezão.

Maldade – A candidata Rosinha Garotinho, instruída por seu marqueteiro, que por sinal é também marido, aproveitou para dizer que Arnaldo Vianna se referia à ponte que liga o Centro de Campos a Guarús, o que Vianna jamais falou no debate realizado na Record. Hoje, no programa de TV do PDT, a verdade será restabelecida.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Terra TV - Brasil | Ataques no Rio voltam a causar pânico

É uma pena que as regras para o debate da TV Globo, na próxima sexta-feira, já estejam definidas. Gostaria de sugerir que cada candidato pudesse levar um notebook conectado à Internet, para poder desmontar na hora a cascata do oponente.

Pelo que se viu no processo habitacional conhecido como Nova Sepetiba (leia post), as 10 mil casas prometidas por Rosinha, se eleita prefeita de Campos, desabariam com um clique no computador do Arnaldo.

Rosinha também afirmou que não terá problemas com o governo federal, já que seu partido, o PMDB, tem cinco ministros ligados a Lula. Ora, o problema nunca foi de interlocução, mas sim de vaidade e ambição política.

Rosinha e seu marido desprezaram, inclusive, a ajuda federal para combater a onda de ataques do crime organizado, que levou pânico à população do Rio nos últimos dias de comando da ex-governadora.

Ônibus incendiados, postos policiais atacados, dezenas de mortos e feridos. Poucos dias depois, com a posse do governador Sérgio Cabral, a Guarda Nacional, requisitada ao governo federal, entrou em cena para restabelecer a ordem.





Terra TV - Brasil Ataques no Rio voltam a causar pânico

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Escolhendo os Melhores


Tenho enorme apreço por todos os amigos que enviam comentários para esta página de opinião. E por ser de opinião, não posso esperar agradar a todo mundo. Mas respeito a posição de todos.

Hoje, tenho uma ótima notícia para os admiradores da Rosinha! Estou publicando agora um trecho do seu programa de governo, onde ela garante que escolherá os melhores nomes para o seu secretariado. Tomara que ela tenha sorte, pois quando governadora suas escolhas foram muito infelizes.

Nos links abaixo, a cerimônia de posse do delegado Ricardo Hallack na chefia da Polícia Civil, e o outro com a sua prisão, suspeito de integrar a Máfia dos Caça Níqueis. Força Rosinha! Tenho certeza que você acertará dessa vez.

“Terei, no meu governo, uma equipe comprometida com os destinos de Campos, com o desenvolvimento econômico preservando o meio ambiente, com uma saúde de qualidade, com uma educação integral cujo objetivo principal seja formar o cidadão em sua plenitude; comprometida, enfim, com a melhoria da qualidade de vida da população em todos os níveis. Uma equipe de governo que será constituída pelos melhores quadros que o município possui em todas as esferas da administração pública, independentemente de cores partidárias ou ideologias políticas. Ao assumir o governo, sem deixar de reconhecer a atuação de todos os que estão construindo comigo esta caminhada, meu compromisso será o de governar para todos”.

Vídeo posse Ricardo Hallack
veja aqui

Vídeo da Prisão de Hallack
veja aqui

domingo, 19 de outubro de 2008

A CULPA É DA INTERNET


Comecei no jornalismo trabalhando na extinta Última Hora. Não, eu não sou tão velho para dizer que trabalhei com Samuel Wainer, o que é uma pena. Minha passagem na UH aconteceu no final dos anos 80, e saí de lá logo depois de cobrir as eleições presidenciais que levaram Fernando Collor ao poder.

A redação, no entanto, tinha o mesmo ar retrô do Planeta Diário, onde o Super-Homem dava expediente disfarçado de Clark Kent. Quase todos os jornalistas fumavam, enquanto batucavam nas máquinas de escrever suas laudas em duas vias, separadas por papel carbono.

Buscar informação de arquivo para compor uma matéria era tarefa inglória. O arquivista jogava na sua mesa toneladas de jornais antigos, catalogados em pastas de papelão, e você que se virasse para encontrar o detalhe que faltava para deixar o texto redondo. Hoje, com um toque no teclado do computador você apaga o texto inteiro. Fumar na redação é motivo de justa causa. E se precisar pesquisar alguma coisa, basta recorrer ao Google.

Feito o nariz-de-cera, vamos ao que interessa. Ontem assisti ao debate entre os candidatos Arnaldo Vianna e Rosinha Garotinho, na Record. E o que isso tem a ver com a onda saudosista de um jornalista avançado nos 40? Calma, vou explicar.

Na era pré-internet, checar a veracidade de uma informação, como falei, não era nada fácil. Hoje, no entanto, qualquer cidadão conectado pode confirmar ou desmentir o que disseram os candidatos na TV em poucos minutos. E no quesito cascata, a Rosinha ganhou de goleada.

Ao ser perguntada por uma jornalista sobre o remanejamento das pessoas que vivem às margens da BR-101, por causa das obras de duplicação da rodovia, confesso que fiquei entusiasmado com sua proposta de construção de 10 mil casas populares. De fato, é muito triste passar por Ururaí e ver aquela multidão vivendo em casebres toscos, vibrando toda vez que passa uma carreta carregada de cana.

Mas aí entra em cena a Internet, essa estraga-prazer que me impede de acreditar nas promessas da Rosinha. Fui buscar uma experiência de sucesso no setor habitacional realizada por seu governo e não encontrei. Para não dizerem que tenho má-vontade com a ex-governadora, vasculhei também o período em que seu marido tomou conta do Estado do Rio de Janeiro. Bingo!

Descobri um grande projeto de habitação popular do governo Garotinho, idealizado nos mesmos moldes que Rosinha pretende implantar em Campos. Seu nome: Nova Sepetiba. Das 10 mil casas prometidas, apenas quatro mil foram entregues. Construída há 70 quilômetros do Centro do Rio, os 20 mil moradores que foram remanejados para aquele fim de mundo comem o pão que o diabo amassou. Tomara que Rosinha não transfira os moradores de Ururaí para um conjunto habitacional construído em Serrinha.

Encontrei duas matérias bem interessantes sobre o assunto. Uma na Folha Online, de agosto de 2001, e outra no Estadão, mais recente, publicada em setembro deste ano. Vale a pena!




Abraços.

Arnaldo Vianna divulga Carta ao Povo de Campos




Acabo de receber a Carta ao povo de Campos, assinada pelo candidato do PDT, Arnaldo Vianna. Eis a íntegra da mensagem.

Será que não dá para ganhar no voto?

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio anda frenético. Para acelerar o processo de impugnação do candidato Arnaldo Vianna para a prefeitura de Campos, o TRE entrou com um recurso jurídico conhecido como auto-suplementares. O instrumento antecipa a entrega do recurso julgado em favor de Vianna no TSE, sem esperar o envio do acórdão pelo ministro-relator, Eros Grau. Especialistas em direito eleitoral dizem que o uso deste artifício é coisa rara em se tratando de registro de candidaturas.

PARCERIA OU ISOLAMENTO?




De todas as cidades do Rio de Janeiro, Campos é o único município do estado que corre o risco de ficar isolado do governo federal pelos próximos quatro anos. E antes que digam que estou fazendo terrorismo político, quero deixar claro que baseio esta impressão apenas na comparação entre a falta de investimentos da União no período governado pelo casal Garotinho, com a montanha de recursos que o governador Sérgio Cabral está recebendo, em apenas dois anos de mandato, para pulverizar obras na capital e no interior.

Além disso, o presidente Lula repetidas vezes afirmou que o diálogo com a governadora Rosinha Garotinho era ruim. “Tudo parecia uma disputa. Agora, é só pegar o telefone, ligar para o Sérgio Cabral, dizer que penso em tal coisa e fazer”, palavras de Lula a um jornal de circulação nacional.
De fato, em mais de 30 anos acompanhando a política brasileira, e em particular a do Estado do Rio de Janeiro, nunca vi tamanha cizânia entre os governos federal e estadual.
Nem mesmo na época do governo Leonel Brizola estivemos tão isolados do poder central. O velho e sábio caudilho tinha a exata medida de suas responsabilidades com os milhões de cariocas e fluminenses, e jamais permitiu que suas ambições de chegar ao Palácio do Planalto fossem maiores que os interesses da população.

Este talvez tenha sido o principal erro do ex-governador Anthony Garotinho e de sua mulher, Rosinha. O interesse pessoal, a busca pela carreira política e a sede de poder ultrapassaram os limites do bom-senso, expondo a população do Rio de Janeiro a uma situação de refugiado político em sua própria terra natal. Rosinha buscou o confronto e Sérgio Cabral o diálogo. Quem está com a razão?

Se ainda restam dúvidas, os números estão aí mesmo para comprovar. Nos próximos dois anos, o Rio de Janeiro se transformará num imenso canteiro de obras, com investimentos públicos e privados que podem chegar a R$ 122 bilhões. Este é um ciclo de desenvolvimento que o nosso Estado só viu igual no governo Carlos Lacerda.

No domingo, quando o eleitor campista decidir quem irá representá-lo pelos próximos quatro anos, estará fazendo também uma escolha sobre o modo de relacionamento que deseja entre a sua cidade e o governo federal. Com trabalho e parceria, é muito mais fácil encontrar soluções para os problemas de saúde, educação, emprego, habitação e transportes, por exemplo. Mas se a opção for pelo confronto, então é melhor esperar sentado até 2012.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ONDE VOCÊ ESTEVE NA ÚLTIMA DÉCADA?


DA SÉRIE RECORDAR É VIVER II



Barack Obama é um sujeito de sorte. Se seu adversário, John McCain, conhecesse o marqueteiro da candidata à prefeitura de Campos, Rosinha Garotinho, o republicano colocaria na conta do adversário democrata a Guerra do Iraque e a crise financeira que está abalando o mundo.

A propaganda de TV da Rosinha Garotinho é uma ode ao cinismo. Só o Wilson, aquela bola que fez companhia ao Tom Hanks no filme “Náufrago”, acredita que Rosinha personifica a ética e a honestidade na política. É preciso passar 10 anos perdido numa ilha deserta, para acreditar que a candidata que disputa a prefeitura de Campos é um ser superior e iluminado.

Esta estratégia pode até dar certo, já que milhares de pessoas vivem isoladas na ilha da pobreza e do analfabetismo funcional. Mas para o formador de opinião, que acompanhou estarrecido nas páginas do Globo o modus operandi do casal Garotinho, o voto na Rosinha representa o êxito da lobotomia praticada pelo comando de sua campanha.

Para resistir à lavagem cerebral da propaganda da representante do 15, recomendo um choque de realidade. Abaixo, um link com a gravação de um comentário do jornalista Arnaldo Jabor, que vale a pena ser distribuído para quem passou a última década ao lado do Wilson.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

DA SÉRIE RECORDAR É VIVER


As amantes e ex-esposas lideram o ranking das pragas que destroem a carreira de políticos infiéis com as mulheres, ou pouco generosos com suas concubinas. Nesta categoria estão o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e mais recentemente o senador Renan Calheiros. Em segundo lugar estão os irmãos, estes seres invejosos que não suportam o brilho do sucesso daqueles que saíram do mesmo ventre materno. Pedro Collor, estopim da crise que culminou com o impeachment do presidente Fernando Collor, é um exemplo clássico.

Os políticos precisam de muita habilidade para conseguir frear o ímpeto destrutivo dos seus parentes. O ex-governador Anthony Garotinho é um case de sucesso na arte de controlar a língua ferina daqueles que lhes são próximos. Inconformado por não ter sido escolhido para disputar a vice-prefeitura na chapa da cunhada Rosinha Garotinho, Nelson Nahim, o irmão que nunca alçou grandes vôos na política, falou cobras e lagartos contra sua própria família, durante oito minutos, numa entrevista de rádio.

Na época, Nahim disse, inclusive, que estava saindo da vida pública e que não concorreria à reeleição para a Câmara de Vereadores. Mas como bom irmão do Garotinho, não levou a termo seu compromisso público.

Para quem quiser ouvir novamente o desabafo de Nelson Nahim, basta apenas um clique no link.

QUANTA INJUSTIÇA!!!


Dizem por aí que o ex-governador Anthony Garotinho adora mover processo contra quem fala mal dele. Portanto, quero deixar registrado aqui, na estréia desse espaço, meu compromisso solene de jamais tecer um comentário pessoal contra ele. Pelo contrário! Aqui só farei elogios, rasgarei seda. Para mim Garotinho é um herói dos tempos modernos.

Infelizmente, nem todos pensam como eu. É um tal de Silveirinha pra cá, Álvaro Lins pra lá, uma lista enorme de pessoas que se enrolaram com a Justiça. São nomes que, por uma mera ironia do destino, cruzaram a vida deste que é a simbiose perfeita entre Dom Quixote e Sancho Pança.

Rosinha, a esposa de Garotinho, também está cercada de inimigos. Na sua luta por Justiça, entrou com um processo contra as organizações Globo, exigindo reparação por danos morais. O motivo: a veiculação de matéria nos telejornais da Globo, com denúncias sobre um esquema envolvendo a contratação irregular de ONGs no seu governo.

E não é que o Superior Tribunal de Justiça, em sentença proferida pelo ministro Ari Pargendler, deu ganho de causa para a empresa da família Marinho? Fica triste não, dona Rosinha!

Ao lado, uma cópia da sentença do STJ, onde o excelentíssimo ministro afirma “não se pode extrair das matérias um único elemento atentatório à dignidade de Rosinha, que foram veiculadas com o propósito exclusivo de informar”.

Dá um clique na imagem!